domingo, 30 de setembro de 2012

NA PALAVRA DE DEUS CRESCEMOS

       Alguns acontecimentos da vida são engraçados, dá até para chocar ou rir. Quando vamos ficando maduros temos a oportunidade de meditar um pouco mais. Muitas vezes nos comunicamos com palavras prontas, frases decoradas, conceitos copiados e colados dos conteúdos mecânicos do dia a dia. É preciso ter coragem para romper com tudo isto. Precisamos de frases e pensamentos feitos, é claro, mas somente se eles estiverem conectados com o nosso ser, com a nossa verdade. Por que não temos força e capacidade de declararmos, como por exemplo, que estamos decepcionados? Porque sempre cuidamos para que o outro não nos veja bem, porque vivemos baseados nos modelos exteriores e não no que somos e porque temos medo de que os outros, nos conhecendo, não nos aceite. Eu tinha muito medo disto! Hoje tenho medo de não ser eu e de não caminhar em Deus e para Deus que também está presente na minha verdade e comigo nas minhas limitações. Eu, Pe. Rômulo, mesmo tendo fé, sou humano, choro, às vezes. E não estou dizendo isto porque esteja chorando agora, muito menos esteja triste ou deprimido. Estou bem, graças a Deus, mas, sendo criatura e não criador de mim mesmo eu choro, sinto dor e posso perder-me nas entrelinhas dos meus sonhos e buscas. Eu não me basto e, pensar assim, seria fazer de mim mesmo o meu deus, o meu ídolo. Há em mim lacunas, eu choro... tudo isto é um convite que faço para que você descubra em você também a sua humanidade. Confie, Deus nos ama e nos fez humanos.
Pe. Rômulo Azevedo da Silva

       "Derramarei sobre vós uma água pura, e sereis purificados. Eu vos purificarei de todas as impurezas e de todos os ídolos. Eu vos darei um coração novo e porei um espírito novo dentro de vós. Arrancarei do vosso corpo o coração de pedra e vos darei um coração de carne; porei o meu Espírito dentro de vós e farei com que sigais a minha lei e cuideis de observar os meus mandamentos"
Ez 36, 25-27

terça-feira, 25 de setembro de 2012

POUCAS PALAVRAS, GRANDES ASSUNTOS - 28

       O homem é um projeto e um pensamento bonito de Deus. Infelizmente não vivemos, às vezes, com a mesma dignidade na qual fomos criados. Não perdi a esperança, pois se a tivesse perdido, teria deixado de acreditar em Deus e na força de Jesus, nosso Salvador. Mesmo assim não sou feliz; plenamente não! E como poderia ser ao ver tantos corações sofrerem e perderem-se em tantas discórdias, brigas e picuinhas que só nos destroem? Não é fácil manter-se firme diante de tantas ilusões. Será, meu Deus, que não há nada depois de tudo aqui? Será que a vida é só este mundo para nos matarmos uns aos outros por pedaços de nada? Será Senhor, que não há um céu depois que nos anime a lutar para sermos melhores? Podemos escrever um livro, uma música, um poema ou mais... e podemos construir guerras. Hoje, com dor, percebo várias delas. Assim levaremos a nossa vida ao fim, a um triste fim. É, estamos com novos desejos de sangue. Deus tenha misericórdia de nós.

Pe. Rômulo Azevedo da Silva

sábado, 22 de setembro de 2012

QUANDO FALO DE DOR



Quando falo de dor não falo de desespero.
Não há um só grão de desgosto pelos mistérios da existência.
Nem o mais remoto desgosto ou falta de coragem de enfrentar a vida.
Quando falo de dor falo de um coração humano.
De um abismo que se abre em busca do infinito.
Falo de uma mão que quer ser apertada;
De olhos que choram a saudade de luzes irmãs, adquiridas nas lutas da história.
De todo um ser que quer sentir e deixar-se ser sentido.
Quando falo de dor falo de fé.
De um homem sonhador e aberto para Deus, para o verdadeiro amor.
Quando falo de dor falo de esperança.
De minh’alma que materializa as contrações de um novo nascimento.
Quando falo de dor...
Sou eu que nasço chorando para dizer que cheguei e preciso do colo do PAI.
É esta a minha dor.
É o que penso.
Quando falo de dor.

 Pe. Rômulo Azevedo da Silva

terça-feira, 18 de setembro de 2012

POUCAS PALAVRAS, GRANDES ASSUNTOS - 27

     Cada estrada tem suas possibilidades. Em muitos momentos de nossas vidas reclamamos do estado físico do terreno no qual marcamos o nosso caminhar, mas, na verdade, o mais importante é como firmamos os nossos passos. As escolhas que fazemos são fundamentais, as carregamos pelo resto da vida. Não é feio voltar atrás em algumas delas, muito menos fácil. Não esqueçamos, porém, que a vida é curta por aqui, e que o maior projeto de Deus é que a gente dê certo. Deus não tem carências, não quer nos empurrar para este ou para aquele caminho, quer sim que saibamos caminhar bem e que tudo tenha um sentido para que a nossa vida seja plena, como disse Jesus. Antes de iniciarmos tantas jornadas prestemos atenção à estrada, mas o principal não é ela. O mais importante é saber onde o nosso coração quer ir. Deus nos conduza sempre!


Pe. Rômulo Azevedo da Silva

terça-feira, 11 de setembro de 2012

POUCAS PALAVRAS, GRANDES ASSUNTOS - 25

     Uma das artes mais importantes da vida é olharmos para o nosso próprio caminhar e para o nosso próprio coração. Este olhar não pode ser fanático, muito menos desatento. No cara a cara com nossos passos vamos nos entender mais um pouco. Não tenhamos medo de nossas luzes e trevas, não corramos com medo de nós mesmos, não tenhamos preguiça de nos avaliarmos, questionarmos, aí está o segredo de algumas vitórias. Temos que ter paciência, pois nada se faz num passe de mágica. Afinal, a maior mágica é aceitarmos cada passo por vez. Não, nem tudo nos é possível, sempre haverá aquela pergunta: é isto mesmo? Fundamental é olharmos, sem egoismo, um pouco para nós mesmos. Na estrada do dia a dia veremos muitas realidades, nelas está o que precisamos levar na bagagem da história.

Pe. Rômulo

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

POUCAS PALAVRAS, GRANDES ASSUNTOS - 24

       Em cada coração humano há um mundo cheio de luzes e trevas, no meu também. Em cada mundo interior há sonhos, vitórias e lágrimas, no meu também. A vida é uma jornada encantadora e repleta de desafios, ou procuramos dar  passos possíveis ou nos perdemos nas imaginações soberbas do nosso interior marcado pelos desejos perfeccionistas. Não, não precisamos ser assim ou daquele jeito, só precisamos viver, aproveitar o dom que recebemos do CRIADOR. Não é fácil, mas também não é impossível, a vida é positiva quando firmamos a nossa história na realidade, na esperança e no amor.

Pe. Rômulo Azevedo da Silva

sábado, 1 de setembro de 2012

PARAPSICOLOGIA: UM ASSUNTO NECESSÁRIO


Em 2005 participei do curso anual de parapsicologia e religião ministrado pelo Clap, Centro Latino Americano de Parapsicologia. O curso aconteceu em São Paulo, em janeiro daquele ano. Fiquei encantado, ainda mais, pelo assunto. Hoje, quase sete anos depois, vejo e me coloco diante de Deus me sentindo na responsabilidade de partilhar de alguma maneira todo o vasto e maravilhoso conteúdo que lá vi. Com a explosão de tantas propostas e tantas doutrinas, tenho encontrado vários cristãos angustiados com fenômenos que não deveriam nos assustar, muito menos abalar nossa fé ou confiança na bondade do Pai criador, pois são fenômenos já explicados pelas nossas próprias ciências. A mente humana é o maior computador e o universo mais vasto, belo e misterioso ao mesmo tempo, muito do que nos encanta e assusta, como os fatos não dominados e que chamamos de fantasmas, alma, assombração etc., nascem da mesma máquina donde brotam as leituras, explicações, avaliações, interpretações, conteúdos científicos. Certamente muitas coisas não são relativas, nem a verdade está em função de nossas interpretações. Contudo, temos medo daquilo que não podemos controlar e que não conhecemos nos mínimos detalhes.
A minha intenção não é entrar em guerra com outros credos, religiões e propostas, acredito e tenho pregado o respeito e a unidade na diversidade. Mas penso que não está certo ficar parado e assistir o medo e o pavor tomarem conta do coração de tantos irmãos e irmãs financiados pela propaganda de grupos que falam de amor, caridade, bondade de Deus, liberdade, mas que “fabricam”, com seus ensinamentos, um bando de gente com medo e incapaz de dar um passo porque tem medo de feitiço, encosto, casa assombrada, mal olhado, ou de qualquer coisa que possa tomar conta de nosso barco interior e o levar para onde não queremos ir e fazer o que não queremos fazer. As novelas e propagandas que aos poucos bebemos sem reclamar, nos deixam confusos em relação a Jesus, o único Senhor que devemos seguir, e nos fazem ter medo de uma realidade que mais deveria nos dar força e coragem para enfrentarmos a vida e nossas histórias: a vida pós morte e o Céu, que não podemos esquecer, é a casa do Pai. Deus é amor, felicidade, paz, abraço, nos ama com amor de pai e carinho de mãe. Como podemos permitir, em pleno ano 2012, que crendices nos tirem a liberdade e a certeza de que somos filhos amados de Deus e que Ele faria novamente tudo que já fez, somente para nos fazer acreditar e viver, segundo seu amor, por todos e cada um de nós?
Respeito todas as religiões, procuro e consigo, com a graça de Deus, ver coisas belas em todas elas, o que não aceito é este proselitismo e esta verdadeira guerra por adeptos e fiéis, sem o menor controle do que se diz e faz, apenas para se conseguir templos cheios e muitos servos ao serviço de caprichos que não levam em conta a dignidade de cada pessoa e o direito que cada um tem de viver livre e sem medo. Cada homem e mulher deve escolher seu caminho e religião, sabendo que a vida é maravilhosa, que é um dom de Deus e que as dificuldades não são castigos de um general superior e eterno, que está com raiva da gente, mas apenas conseqüências dos encontros e desencontros de nossa condição humana. Fico indignado, até com pessoas de minha própria Igreja, que tanto amo, quando escuto e vejo pregações e conteúdos que em nada ajudam o crescimento de cada coração, mas que só conseguem incentivar o medo e uma escravidão doentia. Será que é verdade que o mundo desencarnado é mais poderoso do que o mundo que vivemos e, que temos que temê-lo, porque podem nos fazer o mal? E se, seres do mundo do além tivessem tanta força para nos fazer o mal na hora que querem onde estaria Deus, já que ele é bom para com todos? Precisamos de um Deus todo poderoso mas que não tem a força de controlar seus espíritos bons e maus? Não estou querendo dar respostas, nem obrigar nenhum leitor a seguir meus pensamentos, mas desejo levantar questionamentos para que cada um faça e tire suas próprias conclusões. Este é um dos primeiros desejos da parapsicologia.
É verdade, existem coisas estranhas, mas não precisamos ficar com medo delas e deixarmos até de aproveitar a vida, sair de casa, permitindo o pânico tomar conta de nós e de nossas famílias. O que nos assusta é o desconhecido, mas quero, justamente, tentar mostrar, dialogar sobre estes fenômenos desconhecidos, para vermos juntos que são humanos, criações e feitos, não do outro lado que nos odeia, mas de nossa própria mente e forças ocultas do nosso ser exterior e interior. É sobre estes assuntos que a parapsicologia quer falar. Continuaremos, até lá!


Pe. Rômulo Azevedo da Silva.