sábado, 31 de dezembro de 2011

PERIGOS DENTRO DA NOSSA CAMINHADA DE FÉ

Há um mundo cheio de palavras ao redor de todos nós. Muitas pessoas se colocam a disposição para escrever, falar, anunciar e denunciar. Muitas palavras boas, verdadeiras, fortes, algumas não tanto sadias ou fundamentadas. É verdade, há milhões de pontos de vista e tudo precisa ser acolhido, pelo menos, com respeito.  Não é verdade que tudo pode ser levado ao pé da letra, porém nem todas as palavras podem ser assumidas e vividas. Acolhidas sim, ouvidas com respeito, jamais assumidas na sua totalidade. E por quê? Não será um erro lógico acolher, ouvir e não assumir? Acredito que não! Com toda a amabilidade e coragem devemos permitir que todos tenham a oportunidade de colocar seus pontos de vista, isto é um direito de todos. Assumir o que o outro está dizendo é outra questão, é uma questão de escolha de vida, de perspectiva, de construção. Assim, há muitas palavras e ditos, nem todos podem ser adotados como estilo de vida, especialmente nós que somos discípulos e missionários de Jesus Cristo, o Senhor e Salvador, para nós católicos e demais cristãos de tantos outros rebanhos.      

            A oportunidade para todos trás avanços importantíssimos, não podemos abrir mão do direito que adquirimos; todos precisam defender suas versões e se defender também. Contudo, precisamos igualmente tomarmos consciência do que é válido, do que cabe, do que pode ajudar aos nossos princípios e tomarmos cuidado com o que nos fere, ou melhor, ao que precisamos ter como essencial para nós: o Evangelho de Jesus de Nazaré. Não é correr com medo do que dizem ou escrevem, não é deixar de ver e perceber, principalmente se já criamos em nós um olhar crítico objetivo e positivo, não é nos tornarmos fanáticos e fundamentalistas, pelo contrário! Contudo, temos que cuidar do patrimônio de fé que recebemos dos nossos pais na fé. Se não cuidarmos de nós mesmos e do que está entrando em nossas mentes e corações, quem cuidará? Há palavras perigosas por aí, é mister sabermos o que estamos “bebendo e comendo”. Para nós cristãos a verdade não é relativa, há uma base única, uma realidade que não pode ser colocada no nível dos pensamentos pessoais e “democráticos”. Deus é a nossa verdade, não podemos esquecer disto. Podemos valorizar e respeitar tudo que é dito, assumir como estilo de vida só aquilo que não entra em contradição com o próprio amor eterno que tudo criou.

Estamos vivendo um esfacelamento velado no mundo de hoje, até dentro da própria Igreja, em suas pastorais e movimentos, uma certa “euspiritualidade” baseada nos gostos pessoais de indivíduos ou grupos particulares. É maravilhoso deixar que os diversos carismas se manifestem, porém é profundamente perigoso esquecermos as Sagradas Escrituras como um todo, o Magistério da Igreja e a Santa Tradição. Meus gostos podem ameaçar silenciosamente a unidade, eles podem existir, mas devem ser confrontados com tudo o que a Igreja produziu nestes mais de dois mil anos de história. O mundo não começou comigo, conosco, muito menos a Igreja de Jesus Cristo. Antes de colocarmos o que pensamos temos que assumir o que ela tem a nos dizer, o caminho dos “Doze Apóstolos” é o caminho sem erros para todos nós. Não se busca mais esta Igreja dos “Doze”, não em muitos lugares e grupos. Infelizmente, as particularidades que construímos no momento, sem percebermos, está sendo um caminho para aquilo que não gostaríamos de ver. É claro que podemos usar a inteligência que o criador nos deu, é evidente que podemos ser co-criadores, edificar com criatividade que recebemos com dom para o crescimento. A pergunta que eu faço é se estamos construindo ou acabando com o que temos de mais precioso e valioso. Criar coisas, mesmo por amor à Igreja, sem nos darmos conta de que estamos fazendo nos colocará diante de um perigo maior do que percebemos, aos poucos nos afastando do que ela sempre quis e precisa ser, especialmente em tempos de tanto egoísmo e divisões.

Uma parte significativa dos católicos não sabe quase nada sobre a Bíblia, o Vaticano II, o Catecismo, os documentos papais. Porém, sabe tudo sobre suas devoções particulares e sobre seus grupos com os quais se identificam. Não estamos dizendo que não possamos participar de coisas que gostamos ou que não possamos participar de pastorais, movimentos ou equipes especiais e próximas do nosso próprio estilo interior. Estamos dizendo que eles não podem ser mais do que o patrimônio da própria Igreja; primeiro devemos ser Igreja, depois de nossos gostos. Os leigos têm grande participação nisto tudo, influenciados e animados por alguns eclesiásticos, é claro. Só me restam algumas perguntas: a Igreja única de Jesus Cristo, histórica, teológica, litúrgica, etc., perdeu o seu charme ou somos nós que não estamos sabendo o que é ser Igreja?  O que na verdade está acontecendo conosco, é falta de compromisso e fidelidade ou é falta de uma verdadeira fé? Onde está o primeiro amor cristão?



Pe. Rômulo Azevedo da Silva

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

NOTA AOS AMIGOS E LEITORES

       Caros irmãos e amigos, paz, amor e vida no coração da Trindade Santa! Queremos, antes de tudo, louvar ao Senhor por vermos este veículo de comunicação, ainda no seu início, já mostrar os primeiros sinais de positividade. O nosso objetivo é, especificamente, evangelizar, falar de Jesus Cristo e da Igreja e ajudar aos irmãos e leitores a pensar, ou melhor, a pensarmos juntos. Não estão dentro de nossos projetos, até porque já temos muitos realizando um bom trabalho nesta linha, apresentarmos notícias, anúncios ou matérias do gênero. Nosso objetivo é apresentar textos, meditações e manter um diálogo no campo do direcionamento espiritual com os leitores.
       Desde já, além de colocar-me para tão especial serviço, convido você, caro leitor, a construir este blog junto conosco. Vamos juntos! Você pode enviar o seu e-mail dando a sua proposta ou escrever uma cartinha que nos coloque diante de questões diárias e humanas, nos levando assim a exercer, mesmo que à distância, o serviço do direcionamento espiritual ou aconselhamento. Garantimos a ética e o respeito, como também guardaremos em absoluto silêncio seus dados pessoais, isto é, teremos o total cuidado para aconselhar sem revelar qualquer fonte pessoal a nós confiada. Queremos deixar claro, no entanto, que não trataremos de questões políticas, religiosas ou pessoais em um sentido polêmico ou que desrespeite a opinião ou escolhas do outro. Traremos somente de questões espirituais, tentando, ao máximo, sermos fiéis ao Cristo que era Sacerdote, Profeta e Rei. Mesmo quando tivermos que profetizar e denunciar, nunca estaremos "em lados", a não ser o lado de todos, de Cristo e da Igreja. Por isto nos responsabilizamos. Nenhuma carta falando de outros será trabalhada, somente questões pessoais, e sem colocarmos, repito, ninguém às claras. ESPERAMOS A SUA CARTINHA OU PROPOSTA PARA TEXTOS.
       Por último queremos comunicar que sempre estaremos postando novos textos uma vez por semana, de preferência aos sábados. Pretendemos postar toda quarta-feira uma meditação, ou um direcionamento espiritual (aconselhamento baseado no material que recebermos), ou um pensamento de um de nossos Santos(as) e/ou do Magistério da Igreja.
       Nosso endereço para comunicação: padreromulodecaico@gmail.com

QUE DEUS NOS CONDUZA SEMPRE!
Pe. Rômulo Azevedo da Silva

sábado, 24 de dezembro de 2011

FELIZ NATAL E FELIZ ANO NOVO!

       "O Céu se fez homem para o homem tornar-se Céu"! 



      

       Quero desejar a todos os meus amigos, família, paroquianos e a todos os meus novos leitores um Feliz Natal. Que a vinda de Deus até nós nos dê coragem para construirmos um mundo melhor para todos. O Natal do Senhor quer nos ajudar a nos livrarmos de tantos galhos secos, como o egoismo, que impedem a humanidade a dar passos seguros e mais fraternos.
       Tenha certeza, meu amigo(a), onde quer que você esteja, que hoje, na Santa Eucaristia, estarei colocando-o no Altar do Senhor, só Ele lhe dará a verdadeira paz. Que o "Sol Nascente" que veio nos visitar e ficar conosco seja a luz de todos os nossos projetos e escolhas. Gostaria de escrever muitas outras coisas, e saberia, mas o Mistério do Natal não sou eu, muito menos o que tenho para dizer. Assim o convido a contemplar o Presépio. Desejo que o Menino Deus possa encontrar lugar em seu coração, em nossos corações. Somos convidados a olhar para um Menino, certamente, neste olhar, veremos o convite que o Céu nos faz. Feliz Festas de final de ano. Deus nos conduza a todos!

Pe. Rômulo Azevedo da Silva
      

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

RELIGIÃO NÃO É MILAGRE PRONTO

Alguns momentos e eventos na vida são para ser esquecidos, deixados de lado, outros não podemos deixar de olhar com um profundo carinho, respeito e busca. Estes dias, num domingo, dia do Senhor, estava olhando os canais de TV que apresentam ou oferecem a pregação do Evangelho de Jesus de Nazaré. Não pude deixar de sentir ou tirar algumas conclusões, às quais não desejo impor, muito menos que fiquem eternas em minha própria memória.

Vejo religiões e templos lotados, líderes "poderosos" e cheios de maravilhosos dons. A humanidade mais uma vez recorre e superlota os santuários onde encontram respostas prontas, soluções rápidas e imediatas para suas dores e querelas. Todos os milagres e acontecimentos que a criatividade e a mente humana conseguem imaginar são oferecidos e, realmente, acontecem. Estou assustado com o mundo, será que aprendi tudo errado? Ou será que sou totalmente indigno de ser também eu uma espécie de vice Deus? Certamente! Mas e vocês todos, meu povo e meus irmãos, estão todos errados, possuídos pelo inferno ou são também, como eu, totalmente indignos de receberem o que outros grupos prometem e recebem? O que pensar? Que estou movido pela inveja da quantidade de gente nas outras Igrejas ou preocupado com o coração de cada homem e de cada mulher que encontro em minha vida? O tempo dirá!

No mês que celebramos a primeira vinda do Senhor, temos aqui nesta Matriz, um padre, muitos casais que vivem o matrimônio católico, muitos batizados comprometidos e tantos, pessoas comprometidas com a pregação do Reino de Deus, irmãos e irmãs que vivem a prática da caridade, outros filhos(as) de Deus e famílias de nossa comunidade. O que estamos fazendo de tão errado que Deus não derrama sobre nós seu pacote de "feitos" e satisfações de necessidades? Se a verdadeira fé for isto que estamos vendo por aí, na nossa e nas outras Igrejas, eu não deveria estar aqui, pois eu, Rômulo Azevedo da Silva, não falo em línguas estranhas, não tenho poder de viver vendo demônios nos outros e os expulsando, não curo, não faço nenhum milagre, ou seja, sou o menor dos menores. Não tenho nada para dar, nenhum super-poder, porque sou um homem como vocês, um irmão de caminhada que nada tem para dar, a não ser meu coração, um coração histórico, cheio de virtudes e vícios e que sente medo e coragem, como o de todos vocês.

Cada um é livre para buscar o que quiser, eu não sei – repito – fazer milagres, nem sou um vice-milagreiro. Acho que nenhum de nós é, nem precisamos deles, precisamos viver uma profunda intimidade com o amor de Deus e com sua vontade, aí cada um de nós poderá receber diretamente do Pai Nosso o que realmente precisamos. Não sou o melhor, nem o pior, mas fico muito triste quando vejo partes de minha Igreja nesta nova guerra por ‘verdades’, por gente, por número, por doutrinas e palavras. Não gosto do termo ‘minhas ovelhas’ (e isto é a minha opinião pessoal). O ser humano não é propriedade, muito menos mercadoria a ser leiloada e arrematada por aquele que oferece mais. Somos todos de Deus, até Jesus foi, e isto era para Ele motivo de grande alegria: ser do Pai. Fico triste porque vejo uma nova roupagem nas velhas guerras religiosas. Talvez não sentiremos a podridão dos cadáveres espalhados pelo chão, mas, com certeza, sentiremos o gelo das indiferenças e divisões, mais uma vez, em nome de Deus e das verdades da Bíblia. O que foi escrito para ser lugar de encontro com Deus está sendo usado para palco de divisão e, desta vez, não são aqules que estão em cima os culpados, não poderemos queimar mais ninguém, pois muitos de nós, grandes ou pequenos, estamos nos deixando levar por mais esta onda de busca de poder mascarada com novas pedagodias e anúcios. 

Se vocês quiserem ir como eles podem ir, eu tenho pouco para oferecer, sei fazer muito pouco, por enquanto o que mais sei fazer é colocar pão e vinho em cima deste altar e continuar acreditando que Deus é maior do que tudo, do que tudo isso. Quero escutar a voz do Senhor que, como chamou a Maria, quer chamar a todos nós. Fico imaginado e escutando, em meu coração, Jesus dizendo: ‘Ela é feliz sim, não só porque me gerou biologicamente, mas, principalmente porque confiou na vontade de Deus, isto é, viu, por experiência própria, que Deus é maior que tudo, maior que tudo isso’ (cf Lc 1, 39-45). Ela, Maria, a mãe de Jesus, é um dos exemplos fortes da História da Salvação, em seu coração tinha um só desejo, fazer a vontade do Pai na humildade do seu dia a dia. Por isto foi escolhida, valorizada e assumida pelo Céu, seu Filho Jesus Cristo, com o  Pai, na unidade do Espírito Santo. E por que será? Justamente porque o Céu foi a luta, a história, a pedagogia e a essência que ela escolheu para trabalhar e se construir. É bom lembrarmos que no tempo dela, enquanto muitos brigavam por gente, por quantidade, por poder e por outras coisas, ela foi lutar por amor e sentido. Olhemos para Maria e aprendamos, desta grande mulhe, a sermos mais seres humanos de verdade! Assim, religião não é milagre pronto, mas uma jornada para permanecer ligado à verdade do Senhor.


Pe. Rômulo Azevedo da Silva.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

MEDITAÇÃO

 

Gosto de falar sobre o coração humano. Nele, e por ele, vejo mais do que teria capacidade. O coração sente... e toda a criação passa por ele. Não entendo como alguém pode perder tempo deixando-se manchar com ódios e maldades. Amar pode até dar trabalho. Pode até nos desgastar.  Mas é o único caminho para vivermos uma vida plena. Que Deus nos ajude a sempre amar e amar sempre mais


Pe. Rômulo Azevedo da Silva


domingo, 18 de dezembro de 2011

Perder e Ganhar a Vida em Jesus

Quando falamos de Jesus de Nazaré muitas coisas vem às nossas cabeças. Dizem que milhares de livros são editados todos os meses sobre ele. Contudo, nós cristãos, católicos, temos que olhar tudo que pensamos e tudo que é produzido com um olhar crítico, com muito cuidado. Não podemos acolher e beber toda água que nos dão sem sabermos se ela vai fazer bem ao nosso organismo.

          Vivemos hoje uma proliferação de “igrejas” e expressões religiosas, e para agradar, percebemos que em cada uma delas nos é apresentado um Deus e um Jesus com características próprias, ao gosto do consumidor. O homem tornou-se um consumidor egoísta de Deus, até as nossas liturgias estão se tornando uma busca de prazer,  de sentimentalismos, de satisfação pessoal, algo em meu único favor e não para a única glória de Deus e em favor da salvação de tudo e de todos. Em se falando de liturgia católica, a Missa é um ato de louvor ao Senhor da vida, onde eu sou chamado a me doar para, por Jesus, na força do Espírito Santo, tornar-me uma oblação agradável ao Pai para a salvação do mundo, nela eu me alimento do Corpo de Cristo para voltar para casa mais parecido com ele, assumir a sua missão no mundo e não me beneficiar sozinho e egoisticamente dela. É fundamental pensarmos: para que Jesus veio?

Jesus veio para ser presença no nosso meio. Deus nos ama e veio para nos renovar neste amor. Jamais pensou em criar um exército de satisfeitos e beneficiados individuais e individualistas, mas para criar uma nova consciência comprometida com a causa do Reino para todos.

          Será que não estamos certos quando dizemos que tudo que hoje nos faz sofrer é justamente falta de Deus? Onde Ele não habita também não há lugar para colegialidade, fraternidade, paz, etc. É claro, a mensagem de Jesus incomodou e incomoda. A coisa não é mais só eu, só para mim, para meu grupo, é uma jornada de auto-transformação para a doação, para a partilha. Não para doarmos coisas – um quilo disso ou daquilo, essa ou aquela ajuda só – mas para nos doarmos. A nossa Igreja é uma escola de doação por excelência. Assim, se queremos ser cristãos verdadeiros, devemos nos fazer presentes e presença no mundo, na vida dos outros, tornar-me sal e luz ( Mt 5,13-16). O que precisamos no hoje de nossas vidas? O que o homem pós-moderno está precisando? Penso e acredito que o homem não precisa de esmolas, a esmola escraviza e cria dependentes, pessoas que se auto-fragelam porque se sentem ou se fazem coitadinhas. Não podemos, justamente na nossa vocação mais sublime, o nosso relacionamento com Deus, vivermos esta “euspiritualidade”, vivermos uma pedagogia de coitadinhos que querem tudo e que pouco estão disponíveis para doar, para se doar.  A doação dever ser total, doação de  nosso próprio ser e existir, exatamente como foi toda a vida do Senhor. Se não adentrarmos na pedagogia divina da caridade vamos continuar escravos de nossos interesses e pecados, seremos pessoas frágeis, medíocres mais do que no normal, infantis fisicamente, psicologicamente, emocionalmente e imaturos na fé.Não podemos assumir a característica dos ladrões que só querem para si, dos poderosos que só pensam em seus próprios lucros, com algumas exceções é claro.  Jesus veio mudar justamente este mundo de escravidões físicas, emocionais e psíquicas. Veio para nos ensinar o que é viver na plenitude e verdade da vida, para nos dar esta vida que só pode ser completa na intimidade com Deus ( Jo 10,10) .

          Se todos nós somos filhos do mesmo Pai que está nos Céus, se ele quer dar-se a todos, então não há mais grandes e pequenos, pelo menos para Deus, ele está com todos e todos devem viver plenamente. Eu, que tenho pessoas aos meus pés devo perdê-las  para que elas olhem para um amor que as preencha de coragem para lutarem e ressuscitarem suas vidas mortas de sentido e felicidade. Nem eu e nem os outros podem permanecer escravos de coisas e desejos que não condizem com a verdade mais profunda de nós mesmos. É evidente, a maior consciência que deve me fazer livre é saber que sou amado por Deus, que ele estará pronto para me ajudar na hora que eu precisar. Contudo o Senhor me ajudará com mais misericórdia se a minha vida for uma vida semelhante a vida de seu Filho Jesus, uma vida doada. Não faltará bênçãos, curas e milagres na vida de quem se faz presente para os outros.

          Em se falando em história estamos começando ainda as páginas cristãs. Graças a Deus os perigos que o demônio nos fez introduzir na Igreja de Cristo o Espírito Santo está arrancando como se arranca dente sem anestesia. Basta olharmos, poder, prestígio, glória, força política e econômica, número... nos séculos que passaram, as pessoas que foram obrigadas a se batizarem já estão deixando de ser católicas, aos poucos está ficando ou retornando quem está entendendo o escandaloso espetáculo do Crucificado que no silêncio da cruz nos diz: “Morro mas sustento o que disse, meu Pai me enviou para dizer-vos que Ele é Pai-Nosso e quem não quiser perder sua vida para construir o Reino não diga que é cristão” ( Jo 10,17-18; Mt 20,25-28). Que o Espírito Santo do Senhor nos ajude a entender  o mistério de perder e ganhar a vida, como nosso Senhor e Salvador Jesus de Nazaré.


Pe. Rômulo Azevedo da Silva